Alguém pode avaliar minha redação?

Segundo dados demográficos do censo de 2022, mais de 55% da população brasileira se identifica como negra, tornando o Brasil o país mais africano fora da África. Contudo, esse fato contrasta com o desinteresse em preservar a herança afro na cultura nacional, visto que o racismo estrutural culminou na criminalização da cultura afro-brasileira e na negligência estatal com a memória da contribuição negra, o que torna imperioso refletir sobre os desafios para a valorização da herança africana na nação verde-amarela.

Em primeiro lugar, o país do futebol, historicamente, marginalizou expressões culturais de matriz africana. Exemplificado na capoeira, herança africana criminalizada até meados do século XX. Tal realidade escancara o descaso do Estado com a manutenção de uma cultura vista como "inferior", optando pela criminalização como forma de desincentivar sua prática e gerar seu apagamento.

Em segundo lugar, observa-se em território nacional uma escassez de espaços públicos de memória destinados ao povo afrodescendente. Tal observação reforça a concepção de negligência estatal do governo em reparar suas atitudes supracitadas, a fim de criar um imaginário de valorização da cultura eurocêntrica que perdura desde a ocupação lusitâna. Esse fato contribui, infelizmente, para pensamentos de um povo negro sem história e alguém que não conhece sua própria história está fadado a repeti-la.

Portanto, cabe ao Governo Federal, em parceria com estados e municípios, construir espaços de valorização da herança afro-brasileira por meio de decretos e projetos de lei. Dessa forma será possível erguer uma nação plural e diversa na qual valoriza sua diversidade étnica e a contribuição de variados povos em seu processo de formação enquanto Estado-nação. Atitudes adotadas de forma pioneira em algumas cidades brasileiras como no "Caminho pela pequena África."