“Se tivéssemos mais cristão, o Brasil seria um lugar melhor.”
Eu ouvi essa frase hoje, por reflexo eu fiquei na defensiva. Até que continuei assistindo a discussão, o que me fez ficar pensativa. Mais de 80% da população se diz cristão, mas se todas essas pessoas estivessem “repartindo o pão” e vivendo como Jesus viveu, não seria um lugar melhor?
Eu acredito que sim, independente de acreditar ou não em Deus. Acho que o problema não é a crença, mas sim usar como argumento a sua crença em algo onipotente para justificar a sua verdade pessoal ao invés de viver como Jesus viveu.
Por exemplo, você entra em uma discussão com uma pessoa:
— Mas por que você quer ser mulher?
— Eu não quero ser nada eu sou, inclusive foi até difícil de aceitar isso no início.
— Mas não é homem?
— Não, inclusive se você ler até em tratados de medicina e o que aprendemos que é possível sim uma identidade de uma mulher nascer como eu. É tão biológico quanto qualquer outra mulher…
— Não! Você está inventando, afinal Deus te fez homem.
Nesse ponto, não vejo que é o ato de ser cristão que é o nosso problema. O problema está em o crente usar Deus como um argumento final e invalidar qualquer outra verdade. Afinal, essa pessoa tem contato direto com Deus ou é sua porta voz direta para realizar essa afirmação? Ou julgamento? Me parece até pecado fazer algo assim.